LETRAS BAQUE DO ACRE

Produzido entre 2009 e 2012

CHEFE DE MÚSICA
(Antonio Pedro)

Canção de enverseio recebida na década de 1950 através da ayahuasca. Apresenta uma fusão cultural entre o nordeste armorial que traz elementos das cruzadas medievais, encantaria nordestina e indígena.
Para Antonio Pedro, Madalena representa o encante do cipó mariri, que é utilizado para fazer ayahuasca. O caboclo guerreiro é a manifestação de São Jorge através das visões da bebida ancestral, e além de protetor é o chefe de música, utilizando esta como força transformadora e doutrinadora.

Onde tu vai Madalena?
-Vou pra cidade de Congé
Que vai fazer na Turquia ÔÔooo
-Ver a flor de Xucunaré

Xucunaré é uma flor
Brilha mais de que o dia
Eu chamo o caboclo guerreiro Ôoooi
Guerreiro rei da Turquia


Onde vai Madalena?
-Vou pra cidade de Longal
Que vai fazer na Turquia
-Eu sou rei de Portugal

Caboclo guerreiro com a espada na mão
É chefe de música riacho Zentão

Caboclo guerreiro com a espada na mão
É chefe de música riacho Zentão

*Longal = Portugal
*zentão = Riacho das aguas verdes que nasce na gruta do Bajara, no Ceará. Lugar mítico na cosmologia de Antonio Pedro, que guarda famílias inteiras de encantes. Este riacho pode ser comparado com o Rio São Francisco, que também ocupa lugar importante na fé popular nordestina.


SAMBA CORTA JACA
(Autor desconhecido)

Tema solado por Bima, que aprendeu pela oralidade através dos seringais no alto rio Envira, quando jovem.


CHERÉM
(Domínio público)

Tema de origem nordestina, também é dança típica tanto de salao quanto terreiro.  A forma musical é análoga à dança, ambas possuindo duas partes, uma com a rítmica e movimentos corporais mais relaxados (tema), onde acontece o chiado do arrastar das chinelas no chão, e outro com subdivisão acentuada, chamado de “peneirado”, onde os passos ficam mais curtos, causando o levantar da “poeira do chão”. 
Existem diversos temas de “Cherém”, em sua maioria, instrumentais. Neste caso, não se sabe se é uma reinterpretação do tema coletado e gravado por Luis Gonzaga ou o contrário, pois o Seu Bima aprendeu ainda criança na década de 1940.

‘’Eu piso milho, penero cherém
E eu não vou criar galinha pra dar pinto pra ninguém

A galinha cujá, o capão chama o pinto
A galinha cujá, o capão chama o pinto
E eu não vou criar galinha pra dar pinto pra ninguém’’


XOTE DA CHICHUÁ
(Antonio Pedro)

Pout Pourri de quatro xotes compostos pelo pai de Antonio Pedro, José Pedro da Silva. Antonio Pedro executou em uma harmônica de 8 baixos série beija flor, marca Hering. Aprendeu estes temas ainda criança, tocando o instrumento dos 5 aos 20 anos de idade, só retomou com 70 anos, iniciando um processo de revitalizar o repertório. O nome vem do último tema, na ocasião em que Antonio Pedro lembrou a letra porém após as gravações. Esta diz:

“Queria mesmo é ganhar algum vintém
E não dever a ninguém, para tomar meu chichuá’’


CHORO APUÍ
(Autor desconhecido)

Choro é o nome dado para música instrumental com algumas características próprias, pois existem outros tipos de música instrumental com objetivos específicos mais relacionado as danças de salão e terreiro.
No caso do choro, são temas com foco na desenvoltura técnica e melódica dos temas, ou seja, com o foco na musicalidade.
Outra característica neste tipo de choro é a estrutura rítmica construída nas células do Lundú, ritmo com forte tradição instrumental encontrado no Pará e Amazonas.
Se faz forte a presença deste ritmo no 1o ciclo da borracha, e no 2o as referencias inclusive de choro mudam com a forte influência nordestina da cultura chamada “arigó”.


DESFEITEIRA
(Domínio público)

Desfeiteira, que é um jogo de origem popular. Algumas fontes atribuem aos povos africanos e caboclos do Estado do Pará, que utilizavam a criação de versos,  música e dança, formando um jogo dinâmico, lúdico, sarcástico e debochado para fazer “desfeita“ com seus coronéis. Outras fontes relacionam com elementos de danças portuguesas, que podem ter sido reinterpretadas em situação de domínio cultural.
Hoje ainda é encontrada em municípios como Alter do Chão, no Pará e se espalhou para outros estados influenciados pelos ciclos da borracha.
As fontes desta apresentação musical, em todos seus elementos, são os homens e mulheres acrianos, que cresceram vendo e participando com seus pais e comunidade da dança que unia a prática intelectual, caracterizada pela improvisação de versos, com o lúdico.
Seus nomes: Seu Antonio Pedro, Seu Bima, Dona Carmem, Dona Veriana, Antonio Honorato, Paulo Serra, e muitos outros.
Nos seringais acrianos, sua forma cristalizou-se em uma roda formada por casais que dançam ao ritmo da marcha. Com a banda parada, no breque que sempre acontece no final de uma frase melódica característica, a roda para e o casal que está em frente do sanfoneiro deve “publicar“ versos, que podem ser de desfeita, amizade e temas mais diversos.
Desfeitera é, por fim, uma manifestação cultural autêntica que proporciona reflexões, discussões, assim como representa a resistência de povos historicamente oprimidos,  que através da arte, vêm cumprindo seu papel na evolução social.
Neste registro temos versos coletados desde a década de 1930 e três temas instrumentais diferentes, todos solados na harmônica, da região do Envira, Purús e Boca do Acre.

Verso 1
‘’Eu vi a lua saindo
Por de trás da pimenteira
Quem não sabe dizer verso
Não dança desfeiteira’’
(Dona Veriana Brandão)

Tema de  chamada:
“Quem tem toca flauta
Quem não tem toca taboca
Quem tem namorada dança
Quem não tem olha da porta”
(Canção de chamada, José Pedro da Silva)

Verso 2
‘’Não sei o que ouço no pato eu gritar (?)
Olha eu altao de satisfação (?)
Por ver no balanço ir o um para o chão
Outro ir para o ar está, arreia por lá
Está a gritar, cuidado senão
Quem der trambolhão perdeu o lugar e vou eu então’’
(Antonio Pedro)

Verso 3
‘’Eu vim do dá-lhe tomba
Vim pro toma lá dá cá
Nunca vi tomar sem dá
Nem sem dá lá sem tomar cá’’
(Antonio Gomes da Silva por Dona Veriana Brandão)


Verso 4
‘’-Eu sou tira na bóia, besouro do Piauí
Onde encosto meu ferrão, vejo a matéria cair
-Tu não é tira na bóia nem besouro do Piauí
Mas é triste rola bosta, besouro mesmo daqui’’
(Verso de desfeita entre dois versadores, mas durante a gravação interprete, Antonio Pedro mudou a pessoa da resposta por ser ele mesmo que gravou. Autoria de José Pedro e autor desconhecido)

Verso 5
“Late o cão se algum estranho aproxima-se do lar
(...) artista pelas noites de luar
Meu gato se tem fome zangado põe-se a bufar
Quem quiser vê-lo rosnar bote seu couro pra coçar
O curica vela o galo, a galinha carcareja
Paralega o papagaio, o perú gorgoleja
Rincha o cavalo fogoso e o paciente jumento
Muge o boi e o porco e agora meu gole cinzento’’
(Antonio Pedro)

Verso 6
‘’Coisa que acho bonita
É casa que tem as moças
Dinheiro e mulher bonita
E o tocador de com força
Essa palavra combina
Morrendo essa menina
Só fazendo outra de louça’’
(Antonio Honorato)

Verso 7
‘’Joguei meu lenço pros ares
Dos ares virou dois véus
Quem ama moça bonita
Vai direitinho para o céu’’
(Antonio Honorato)

Verso 8
‘’Alecrim da beira dágua
Hortelã da ribanceira
Se eu não me casar contigo
Prefiro morrer solteira’’
(Dona Veriana Brandão)

Verso 9
‘’O arruda também se muda
Do campo para o deserto
Bem certo diz o ditado
E eu dei por muito certo
De longe também se ama
Quem não pode amar de perto’’
(Antonio Honorato)

Verso 10
‘’Suspiro que vai e vem
Dá noticia de meu bem
Se esta vivo se esta morto
Se esta em braços de alguém
Tá vivo, não esta morto
Não esta em braços de alguém
Anda suspenso nos ares
Ama e te quer muito bem’’
(Antonio Honorato)

Verso 11
‘’A noite quando me deito
Que sonho com teus carinhos
Acordo com tanta pena
Virada num passarinho
As penas do passarinho
São 365
As penas que eu passo por ti
Só Deus sabe e eu sinto’’
(Dona Veriana Brandão)

Verso 12
‘’Queria achar uma peninha
Da asa do gavião
Para mandar uma cartinha
Para a menina do São João’’
(Antonio Honorato)

Verso 13
‘’Faz um ano que eu namoro uma menina
É baixa e pequena, faceira no andar
Namora tanto que ela vem as minhas mãos
Descansa no meu coração e fica dentro do meu paladar’’
(Antonio Pedro)

Verso 14
‘’Batatinha quando nasce
Põe a rama pelo chão
Meu amor quando se deita
Põe a mão no coração’’
(Dona Carmem Almeida)


MARCHA PARA JANUÁRIO
(Autor desconhecido)


Solada por Bima, uma releitura da “Marcha  espanhola” de Severino Januário, em pout purri de tema sem nome de autor desconhecido com apelido de Caboclinho,  da região do rio Envira.


TRES DIAS
(Antonio Pedro)

Canção de Antonio Pedro inspirada na saudade dos pais de uma criança de 3 anos de idade que ficou 3 dias longe da família, em outra colocação de seringa.

‘’Já faz três dias que eu não vejo o meu amor
A saudade é tão grande, e a dor é maior
Até tem hora que parece uma ilusão
O pior da tristeza, é o desengano

O que será dos meus olhos sem teus olhos
O que será da minha vida sem você’’




VALSAS

Soladas por Bima

HINO DO SOLDADO DA BORRACHA
(Recolhido por Tia Vicência de Xapuri)

Destemido soldado da borracha
Deste exército modesto varonil
Não esqueça de cumprir o seu dever
Trabalhando em defesa do Brasil
Envolvido nas florestas espessas
Esquecendo funestos empecilhos
O Brasil nesta fase já precisa
Do amor dedicado dos seus filhos

Viva o soldado brasileiro
Teu produto servirá ao mundo inteiro

Quando um dia o raio fulgurante
Da vitória brilhar em nosso país
Aí veremos que os nossos esforços
Asseguraram liberdade tão feliz
Se sofreres tão triste episódio
Tristes ermos da negra solidão
Mas um dia liberto deste cárcere
Cantaremos a glória da nação

Viva o soldado brasileiro
Teu produto servirá ao mundo inteiro 

No momento que entraste na fileira
Do batalhão velocíssimo da floresta
E que pensaste na vitória do Brasil
Esquecendo a longa vida funesta
Destemido soldado triunfante
Deste solo sombrio pertencer
Com o peito vibrando de alegria
Nas estradas consagradas do dever

Viva o soldado brasileiro
Teu produto servirá ao mundo inteiro



VASSOURINHAS
(Recolhida por Mestre Aldenor Costa e Chico do Bruno)

Bloco de carnaval da cidade de Cruzeiro do Sul durante a década de 50 a 70, com registros de referencias orais e de saberes de mestres como Chico Bruno (in memorian) e Aldenor Costa.
Possui brincantes com camisa vermelha e dois personagens: Maneco Leite, um bêbado com uma camisa branca e uma garrafa amarela bordada. Também tem o Morcego, vestido em pessoa.



1-VASSOURINHA

Ô que coisa engraçada
Ô que coisa engraçada
Eu vi ontem no fogão

O senhor dono da casa
O senhor dono da casa
Com a vassoura na mão

Varre varre , minha vassourinha
Abana abana, meu abanador
Varre varre , minha vassourinha
Abana abana, meu abanador

Ô que coisa engraçada
Ô que coisa engraçada
Eu vi ontem na cozinha

O senhor dono da casa
O senhor dono da casa
Namorando a vassourinha

Vem cá vassoura, que tú me queres bem
Abana abana, meu abanador
Varre varre , minha vassourinha
Abana abana, meu abanador

2-SANTA TEREZA

Eu fui um baile em Santa Tereza
Fui param em um arraial
Eu vi a torre de Belém
E o morcego do carnaval

3-O MORCEGO

O morcego é pássaro lindo
Ele mora na gaiola
Ele senta em sala firme
No dedo de uma senhora

Ele vai voar
Ele vai se arretirar
O morcego bateu asas
Fez menção para voar

4-MANE COLETE

Lá vem o Mané Colete
Com a garrafa na mão
Lá vem o Mané Colete
Com a garrafa na mão

Pelas ruas da cidade
Fazendo uma confusão

Eu nasci para beber
E é de beber todo dia
Eu nasci para beber
E é de beber todo dia

Tomara que morra inchado
Credo em cruz Ave Maria

5-NÃO TEM DINHEIRO

Não tem dinheiro
Nem com o que comprar
As bolachinhas doces
Pros Vassouras tomar chá

Senhor dono da casa
O senhor queira desculpar
Os Vassouras vão embora
Para o ano eles voltar

ROMANCE DO CACHORRO TUBARÃO
Romance
(Antonio Pedro)


Eu morei na serra grande, lugar que se passa fome
Eu chamei meu tubarão, fomos o mato à caçar
Negócio de légua e meia, vi meu cadelo trabalhar

Eu me virei pra lá, e acho de me estrepar
Foi na beira de um riacho, no tronco de um camaró
Quando wu botei minha mão, eu vi um bicho fubá
Tornei a meter a mão, vem meu mondengo pra cá

Saí na beira do caminho, fiu gritando por iá iá
Traz a minha faca de tenga, minha pedra de amolar
Passei a faca no peito, vi o sebo abotoar
Fui botando num cantinho e tratei logo de cozinhar
A gordura era tanta que dva pra enjoar
Dez ou vinte e cinco pessoas, não foi remédio a faltar



FESTA DA BIXARADA
Coco de embolada
(Antonio Pedro)


O gavião penerou, penerou
O gavião penerou nos aros para voar

Eu a uma festa na casa da bixarada
E a festa foi mais falada que eu já vi posso contar
Dançava rato com rato, barata com imboá
Cururu piscava o olho com vontade de namora

O gavião penerou, penerou
O gavião penerou nos aros para voar

Interessante foi uma guariba na festa
Passou o lenço na testa e assoada de dançar
Capelão disse morena venha cá foi dançar pisou no rabo e quase morre de gritar
O tocador era uma cobra jararaca tomava piratoaca e balançava o maracá
O pessoal todo tomando cocal mangava do bacural que só tomava o guaraná

O gavião penerou, penerou
O gavião penerou nos aros para voar

Eu fui no mato fui matar coruja preta uma espingarda sem vaqueta não se pode carregar
Eu vou no mato vou tirar um pau roliço pra fazer um rebuliço no dia que tu casar

O gavião penerou, penerou
O gavião penerou nos aros para voar


FESTA DA MACACADA
Samba
(Antonio Pedro)

Fui cantar numa festa de uma brincadeira
Na chapada da leira do alto da serra
O que eu vi na floresta é coisa muito séria
Um festejo na festa de um aniversário

Era um baile muito arrumado
Lá dentro da floresta era muito falado
Vi o macaco prego com o cairara
No baque do samba dançando balada

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

Era uma festa de um aniversário
Chegava na festa muitos convidados
Cantoria na selva de toda a macacada
De roupa trocada pra dançar a balada

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais


Zogue- zogue cantava, o prego assoviava
Paruacú barrigudo, macaco peto gritava
Os oficial já esperava no portão
A entrada o artista mestre capelão

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

Ele entrou dentro da casa e passou pro salão
Foi muito aplaudido com admiração
Foi pro corredor de sua concentração
Chamado no palco pelo Orangotango

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

Chegou no salão o famoso jacaé
Lá de cima da serra o mestre chipanzé
Trazendo sua esposa que é sua mulher
Vim quebrar a balada na roda do pé

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

Chegou no salão o macaco de cheiro
O seu companheiro soim bigodeiro
Leãozinho passeava no meio do terreiro
Tomando cerveja e cheio do dinheiro

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

O quatipuru o tatú e chegava o quandú
O jabuti a cotia e o jabutú açu
Chega o guaxinim, o porquinho e o guará
Vieram pra ver o artista cantar

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais

No meio desta selva também tem alegria
Na linda floresta grandes cantorias
Os pássaros e os animais também tem seus festejos
São as grandes obras da mãe natureza

Essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais
É essa floresta que me satisfaz
Conheço essa selva destes animais















ILHA DE MARAJÓ
Samba
(Antonio Pedro)

No mar, eu vi a luz do sol
Eu fiquei tão feliz no meio da baía de Marajó

Lá vai eu no meu barco viajando
Nas ondas altas da maré
Cheguei no porto de mala
Com meus filhos e minha mulher

Saí na praia passeando nas ondas mais altas
No lugar da maré
Comigo a dona do milagre
Santa Maria virgem de Nazaré



ANTES DA LUA NASCER
Samba
(Antonio Pedro)


Cantando samba antes da lua nascer
Cantando samba para ninguém me conhecer

Mas eu estava no melhor da batucada
Pa-pa-ra-ráaaaaaaaaaaa
Eu ouvi a cuíca gemer

Peguei meu tamborim para eu ir para a embarcação
Chegou a Eva veio me dar as introduções 

Sereno da madrugada
Pa-pa-ra-ráaaaaaaaaaaa

Molhou o meu barracão.

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